14.05.2024
Apresentação
Este é um informativo diário que traz para o(a) leitor (a) notícias das Casas Legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal), bem como a pauta legislativa das votações em plenário de proposições legislativas e vetos.
Notícias
CAE aprova aumento do limite para emissão de títulos do Tesouro no exterior
Da Agência Senado | 14/05/2024, 14h47
Relator da MSF 3/2024, Jaques Wagner explicou que a emissão de títulos no exterior melhora o perfil da dívida pública
Geraldo Magela/Agência Senado
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Proposições legislativas
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (14) o aumento de US$ 75 bilhões para US$ 100 bilhões no limite para emissão de títulos do Tesouro no exterior. Para isso, os senadores aprovaram mudança em uma resolução do Senado que agora será analisada pelo Plenário.
A ampliação do limite foi solicitada pelo governo na MSF 3/2024. O pedido original do Executivo era para a ampliação do limite em US$ 50 bilhões, ou seja, para chegar a US$ 125 bilhões.
O relator do texto, senador Jaques Wagner (PT-BA), que é líder do governo no Senado, concordou em reduzir o limite solicitado pelo governo em negociação com o líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN), que havia sugerido ampliar o limite em US$ 15 bilhões.
— Os US$ 25 [bilhões] atendem à demanda do governo pelo menos até o final deste mandato — afirmou Jaques Wagner ao anunciar a mudança. A CAE também aprovou o regime de urgência para a análise da proposta no Plenário.
Antes da votação na CAE, a mensagem enviada pelo governo foi tema de audiência pública nesta terça-feira com a participação do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. O debate foi conduzido pelo senador Rogério Marinho, que defendeu um limite menor do que o pedido pelo governo para que o Senado seja eventualmente consultado no futuro, se houver necessidade de novo aumento.
— A matéria é relevante para a continuidade das emissões externas soberanas do país no exterior […]. A última vez em que foi feita a renovação do limite foi em 2004, ou seja, 20 anos atrás — afirmou Ceron na audiência.
Títulos no exterior
Conforme a Constituição, cabe ao Senado dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo da União. O limite atual definido pela Resolução 20, de 2004, vem impedindo a continuidade do Programa de Emissão de Títulos e de Administração de Passivos de Responsabilidade do Tesouro Nacional no Exterior.
O programa consiste nas operações de emissão de títulos e da administração da dívida do Tesouro Nacional no exterior, contemplando operações de compra, permuta e outras, inclusive com derivativos financeiros.
Segundo o Ministério da Fazenda, quando os títulos são pagos, os resgates não são baixados do montante global definido pelo Senado e assim o teto sempre é alcançado, mesmo que a dívida externa se mantenha estável ou até diminua.
Desde 2004 a União emitiu US$ 74,3 bilhões, o que praticamente esgota o limite autorizado pelo Senado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explica que o refinanciamento da dívida pública no mercado externo, especialmente para a ampliação e diversificação da base de investidores, depende fundamentalmente dessa emissão de títulos.
As emissões de títulos públicos soberanos (emitidos por um país ou seu banco central) no exterior também ajudam as empresas privadas a captar recursos, de acordo o Executivo. Estudo do Tesouro afirma que, após uma emissão soberana, ocorre um aumento de 60% no volume captado pelas empresas.
O Ministério da Fazenda ainda informa que em novembro de 2023, o país realizou sua primeira emissão de títulos soberanos sustentáveis para investimentos sociais e ambientais. Foram arrecadados US$ 2 bilhões, com vencimento em 2031.
Na opinião de Jaques Wagner, o acesso ao crédito externo ajuda a diversificar e melhorar o perfil da dívida pública federal. “Em muitas oportunidades, o Tesouro Nacional é capaz de acessar, no mercado externo, taxas de juros mais baixas ou prazos mais longos de financiamento, quando comparados ao mercado interno. A consequência direta disso é a melhor sustentabilidade da dívida pública”, avaliou o senador em seu relatório.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
Secretário defende emitir mais títulos públicos para projetos sustentáveis
Da Agência Senado | 14/05/2024, 13h07
Ceron (E) justifica emissão enquanto Marinho critica o o governo por excesso de endividamento e pede maior controle do Senado
Geraldo Magela/Agência Senado
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Proposições legislativas
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron de Oliveira, defendeu o aumento no limite de emissão de títulos de dívida pública no exterior em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (14). O aumento de U$ 50 bilhões pedido pelo governo na mensagem presidencial enviada ao Senado (MSF 3/2024) representa 66% do que é atualmente autorizado. Mas, na forma aprovada pela CAE após o debate sob o relatório do senador Jaques Wagner (PT-BA), o valor ficou acordado em U$ 25 bilhões.
O teto de U$ 75 bilhões definido pela Resolução 20 de 2004 do Senado já foi praticamente alcançado. Como as emissões são contabilizadas cumulativamente, o pagamento de um título que já venceu não libera espaço para novas emissões. Segundo Ceron, o governo federal precisa alterar a legislação para continuar com incentivo a investimentos internacionais no Brasil e com a nova iniciativa do Tesouro que reverte valores em despesas com meio ambiente.
O debate atendeu ao requerimento (REQ) 48/2024 do senador Rogerio Marinho (PL-RN), que presidiu a audiência pública. Ele afirmou que se preocupa com a possibilidade de o governo esgotar as emissões antes do prazo de 10 a 15 anos previsto por Ceron. Para Rogerio Marinho, o novo limite deveria ser menor para o Senado ser novamente consultado no futuro, caso haja necessidade de novo aumento:
— Nós estamos aqui permitindo que nos próximos 13 ou 14 anos o Ministério da Fazenda possa agir sem que esse Senado da República seja chamado para fazer uma uma avaliação, para discutir a necessidade de novos aportes. Então me parece razoável que o valor seja menor… Nós temos um histórico de em torno de U$ 3,5 a U$ 4 bilhões [de emissões por] ano.
Despesas ambientais
Caso aprovado pelo Senado, as novas emissões darão continuidade aos chamados títulos sustentáveis, que começaram a ser lançados pelo Tesouro Nacional no exterior em novembro de 2023 para garantir gastos que promovam a sustentabilidade ambiental e social.
Segundo Ceron, o valor arrecadado gera um compromisso da União para destinar o mesmo valor em projetos selecionados com base em regras pré-definidas. Além do impacto socioambiental, esses títulos são vantajosos por possibilitarem menores taxas de juros na remuneração dos investidores, pois o agente internacional não está interessado somente no retorno financeiro:
— [É] quase um simbolismo geopolítico do país entrar nessa agenda de enfrentamento das mudanças climáticas, da sustentabilidade. [A emissão] saiu com um spread, com a diferença de taxa de juros em relação a referência americana, como se fosse um país muito próximo a um país com grau de investimento [grupo mais elevado de classificação de risco de investimento]. Fizemos uma colocação praticamente com o mesmo spread de um país como o México.
Referência
O secretário do Tesouro também explicou que as emissões de títulos internacionais também são usadas como parâmetro para que empresas brasileiras captem recursos no exterior. Isso ocorre porque os juros que remuneram o empréstimo tomado pelo Estado brasileiro tendem a representar os menores riscos, e por isso são usados para orientar os juros que ocorrerão nos negócios realizados por empresas no exterior.
— As companhias brasileiras também emitem títulos [de dívida] no exterior, e elas utilizam a nossa curva soberana como referência. Então é muito importante que essas emissões continuem, que ela mantenha uma liquidez mínima em uma boa estrutura para que você possa estimular e manter uma boa referência para o mercado corporativo. [A emissão de títulos sustentáveis] abre o caminho para que companhias brasileiras também façam essas emissões [sustentáveis]. As empresas conseguem recursos a um custo muito competitivo em relação ao que conseguiriam no mercado doméstico, então elas conseguem financiar projetos, muitos deles projetos e investimentos produtivos relevantes que não seriam feitos. Então é um impacto relevante na economia brasileira. [Não renovar as emissões gera] uma redução dos investimentos e do financiamento […] e reduz apetite do investidor internacional — explicou Ceron
Ele ainda afirmou que no passado o Brasil já foi dependente do financiamento externo, como os angariados por meio dos títulos de dívida pública. Mas atualmente já não há essa necessidade.
Emissões históricas
Ceron afirmou que as novas emissões não prejudicarão o atual cenário da dívida pública. Segundo ele, o atual limite foi alcançado mais rapidamente após emissão recorde em fevereiro deste ano, mês no qual US$ 4,5 bilhões foram captados no exterior com a emissão de dois novos títulos públicos com vencimento em 2034 e 2054.
— [O valor de U$ 4,5 bilhões] é equivalente aos vencimentos dos títulos que já estão emitidos no exterior nos próximos 10 anos. Hoje é uma prática do Tesouro ir renovando essas emissões no exterior.
As emissões visaram a ajustar a oferta de títulos ante os que serão resgatados , além de antecipar o financiamento desses títulos que vencerão, segundo o Tesouro Nacional.
Meta fiscal
Marinho criticou o crescimento da dívida bruta do governo geral (a DBGG compreende os governos federal, estaduais e municipais), que chegou a equivaler a 75% do Produto Interno Bruto (PIB) em março de 2024. O senador também criticou a condução da política fiscal pelo governo federal, que espera alcançar déficit primário zero neste ano, ou seja, gastar apenas o que arrecadar:
— Nós temos um momento de uma curva de dívida pública interna que saiu de 71% [do PIB em 2023] para quase 75% em menos de um ano e meio. Qual a explicação para aumento tão elevado?
Os déficits fiscais acarretam em aumento da dívida pública. Isso afeta a credibilidade do país diante de investidores, o que tende a impactar negativamente o desenvolvimento. Ceron disse que o desequilíbrio fiscal é um problema do Brasil nos últimos dez anos, e que o governo busca enfrentar a questão sem diminuir gastos com setores mais vulneráveis.
— [A dificuldade fiscal] é uma realidade das grandes economias, enfrentadas no pós-pandemia. [Estamos tentando] fazer um processo de recuperação fiscal sem prejudicar demais o crescimento econômico. Tem sido feito de uma forma bem sucedida até o momento. A atividade econômica não só cresceu muito acima do que era previsto pelos pelo mercado do ano passado como também já está crescendo muito acima do previsto em 2024 — disse o secretário, se referindo ao crescimento do PIB em 2,9% em 2023, segundo o IBGE.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
CI aprova novas regras para distribuição de recursos da pesquisa petrolífera
Da Agência Senado | 14/05/2024, 12h00
Proposições legislativas
A Comissão de Infraestrutura (CI) aprovou nesta terça-feira (14) o projeto de lei (PL) 5.066/2020, que cria diretrizes para incentivar a pesquisa de novas tecnologias para exploração e produção de petróleo e gás natural. O projeto do senador Plínio Valério (PSDB-AM) recebeu voto favorável do senador Chico Rodrigues (PSB-RR) e segue para a Câmara dos Deputados, caso não haja pedido para votação do Plenário.
O PL 5.066/2020 altera a Política Energética Nacional (Lei 9.478, de 1997) e a Lei 12.351, de 2010, que regula a exploração de petróleo e de gás natural. Com isso, o texto muda a distribuição dos recursos destinados à pesquisa petrolífera. A obrigação de investimento mínimo em pesquisa, desenvolvimento e inovação será cláusula essencial dos contratos de concessão.
As pesquisas para aquisição de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos em bacias sedimentares localizadas em áreas terrestres deverão receber, durante cinco anos, pelo menos 5% do total dos recursos da Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, prevista nos contratos de produção entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP) e as operadoras.
O relator incluiu, por meio de emenda, a possibilidade de que esse percentual seja reduzido caso a aplicação comprometa recursos destinados a projetos de pesquisa já contratados ou iniciados na data de publicação da futura lei. Ele também excluiu a atribuição do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de regular os percentuais de recursos e os ajustes periódicos.
O projeto determina que esses repasses sejam distribuídos entre universidades e centros de pesquisa de todo o país, de tal forma que cada região receba, no mínimo, 10% deles, resguardados os recursos destinados a projetos já contratados ou iniciados.
A futura lei entrará em vigor 180 dias após a publicação. O período de vigência será de cinco anos, exclusivamente no que se refere à aplicação dos recursos.
Inovação
A legislação atual já determina um percentual mínimo que as empresas petrolíferas devem aplicar em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Entretanto, Plínio Valério afirma que é necessário aperfeiçoar esse arranjo legal para que seus propósitos sejam realmente alcançados.
“Propomos uma distribuição mais equânime dos recursos por todas as regiões geográficas brasileiras e de forma a contemplar todas as bacias sedimentares do território nacional, sejam marítimas, sejam terrestres”, afirma.
Atualmente, segundo o autor do projeto, a ausência dessas diretrizes faz com que as empresas aloquem os recursos prioritariamente em bacias sedimentares localizadas no mar. Com isso, não se obtém o conhecimento geológico sobre as bacias sedimentares terrestres, o que impede o seu aproveitamento.
Para Chico Rodrigues, o projeto tem o mérito de interiorizar a aplicação de investimentos em todas as Regiões do Brasil, “além de direcionar volume mínimo de recursos à exploração de bacias sedimentares terrestres”. O relator recomendou a rejeição de todas as emendas apresentadas.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
Audiência discute desoneração de alimentos da cesta básica
Proposta do governo que regulamenta a reforma tributária lista 15 alimentos que ficarão isentos dos novos tributos
14/05/2024 – 11:33
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A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados discute nesta quinta-feira (16) a desoneração de alimentos que compõem a cesta básica. A audiência será realizada no plenário 3, a partir das 10 horas, e poderá ser acompanhada ao vivo pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.
O governo enviou um projeto à Câmara que regulamenta a reforma tributária e lista 15 produtos que deverão ser isentos dos novos tributos na nova cesta básica nacional (Projeto de Lei Complementar 68/24). São eles:
- arroz
- leite e fórmulas infantis
- manteiga
- margarina
- feijões
- raízes e tubérculos
- cocos
- café
- óleo de soja
- farinha de mandioca
- farinha e sêmolas de milho
- farinha de trigo
- açúcar
- massas
- pão
Outras propostas
O deputado Henrique Vieira (Psol-RJ), que pediu a realização do debate, afirma que, apesar dos esforços do governo em garantir uma alimentação de qualidade, outras propostas em tramitação na Câmara dos Deputados pretendem incluir na desoneração da cesta básica produtos ultraprocessados sem valor nutricional.
“Para além da inclusão dos alimentos ultraprocessados, também foi apresentado nessa Casa Legislativa [projeto com] a intenção de reduzir os impostos sobre agrotóxicos, ignorando a necessidade e a possibilidade de caminharmos para uma transição agroecológica”, critica Vieira.
Da Redação – ND
Fonte: Agência Câmara de Notícias