Brasília, 23 de maio de 2025
A Ciplan – Cimento Planalto S.A. notificou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) um Ato de Concentração referente à intenção de adquirir 100% do capital social da Realmix Concreto Ltda., empresa com sede em Aparecida de Goiânia (GO). A proposta de aquisição integra uma estratégia de expansão e inovação sustentável liderada pelo Grupo Vicat, controlador da Ciplan.
A operação foi protocolada junto ao CADE no âmbito do procedimento ordinário de análise, conforme previsto na Lei de Defesa da Concorrência (Lei nº 12.529/2011). Esse rito é aplicado a casos que exigem uma análise mais detalhada, geralmente quando há potenciais sobreposições de mercado ou integrações verticais que podem impactar a concorrência, ainda que sem indícios imediatos de risco.
Expansão sustentável e sinergias operacionais
A operação pretende unir o know-how da Ciplan na produção de cimento com baixa emissão de CO₂ à expertise da Realmix no desenvolvimento de concretos com menor impacto ambiental, como o produto “Quantum”. Segundo as empresas, a transação criará sinergias que permitirão ampliar a oferta de soluções mais ecológicas para a construção civil.
O setor de cimento e concreto, historicamente poluente, enfrenta o desafio de adaptar-se às exigências de uma economia de baixo carbono. A união das companhias visa fortalecer essa transição por meio de investimentos em escala e tecnologia.
Estrutura complementar das empresas
A Ciplan conta com uma planta de cimento em Sobradinho (DF), além de duas pedreiras, cinco centros de distribuição e treze usinas de concreto, sendo a maioria na região Centro-Oeste. Já a Realmix atua com cinco usinas — quatro em Goiânia e uma no Distrito Federal — e detém integralmente a empresa Capital Concreto Ltda.
A operação envolve sobreposições horizontais — isto é, quando as empresas atuam nos mesmos setores —, nos mercados de concretagem e argamassa, além de potenciais integrações verticais entre as atividades das duas empresas nos segmentos de cimento e agregados.
Empresas defendem ausência de riscos concorrenciais e pedem análise sob rito ordinário
Na petição apresentada ao CADE, as requerentes argumentam que a operação não representa riscos concorrenciais. Elas destacam a forte rivalidade no setor, as baixas barreiras à entrada e a ausência de incentivos para práticas de fechamento de mercado como justificativas para a aprovação da operação.
Diante do cenário apresentado, Ciplan e Realmix solicitaram que a operação seja analisada sob o rito sumário, com expectativa de aprovação sem restrições. As empresas também se colocaram à disposição para fornecer eventuais documentos ou informações complementares ao CADE durante a análise do caso.
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