ANS aprova novas coberturas para medicamentos já disponíveis no SUS

Medicações contra infecções respiratórias e pós-transplante entram na lista obrigatória dos planos, seguindo os passos do SUS — mas com cautela nos casos ainda fora da rede pública
ANS aprova novas coberturas para medicamentos já disponíveis no SUS
Medicamentos aprovados no SUS agora também entram na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde. Imagem: Divulgação/Canva

Brasília, 30 de abril de 2025

Na 621ª Reunião da Diretoria Colegiada, realizada nesta segunda-feira (28), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a ampliação da cobertura de dois medicamentos importantes para usuários de planos de saúde. A decisão foi baseada em recomendações positivas da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e em tecnologias já incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O primeiro deles é o Nirsevimabe, indicado para prevenir infecções causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR). A cobertura do medicamento foi estendida para crianças menores de dois anos com comorbidades como anomalias congênitas das vias aéreas, doença neuromuscular, fibrose cística, imunocomprometimento ou síndrome de Down.

Já o Ganciclovir teve sua cobertura ampliada para três usos distintos no contexto de transplantes: profilaxia, terapia preemptiva e tratamento de infecções por citomegalovírus (CMV), especialmente em casos de transplante de órgãos sólidos (TOS) e de células-tronco hematopoiéticas (TCTH).

SUS como bússola para decisões na saúde suplementar

A decisão da ANS confirma uma tendência que vem se consolidando nos últimos anos. Quando uma tecnologia é incorporada ao SUS, ela costuma servir de referência para o que deve ser oferecido também pelos planos de saúde. A lógica por trás disso é simples: se o sistema público já avaliou, aprovou e disponibilizou o recurso, o setor suplementar tende a seguir o mesmo caminho.

Essa aproximação entre as decisões do SUS e da ANS traz impactos relevantes. Por um lado, pode significar mais acesso a tratamentos modernos e eficazes para usuários de planos. Por outro, exige atenção ao equilíbrio econômico-financeiro do setor privado, já que muitos desses medicamentos envolvem custos elevados.

Transplantes raros? Só quando o SUS der o primeiro passo

Tecnologias incorporadas ao SUS ajudam a guiar o que deve ser oferecido pelos planos. Imagem: Getty Images

Na mesma reunião, a ANS deliberou que os transplantes de intestino delgado e multivisceral só serão analisados para possível inclusão no rol de coberturas depois que estiverem sendo efetivamente ofertados pelo SUS.

Com isso, a agência deixa claro que não pretende exigir dos planos de saúde a cobertura de procedimentos que ainda não são realidade no sistema público. A decisão traz mais previsibilidade para o setor e evita pressões indevidas sobre as operadoras de planos.

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