Brasília, 29 de abril de 2025
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) começou a analisar, na última terça-feira (22), o Ato de Concentração nº 08700.004282/2025-03, abrangendo o setor de energia elétrica. A operação envolve a aquisição da Equatorial Transmissão S.A. pela empresa Infraestrutura e Energia Brasil S.A., uma holding controlada pela canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ) — um dos maiores fundos de investimento institucional do mundo.
O processo está sendo conduzido em rito sumário, modalidade destinada a operações com baixo risco concorrencial. A operação prevê a transferência de 100% das ações da Equatorial Transmissão, atualmente detidas pela Equatorial Energia S.A.
Um gigante da transmissão de energia
A Equatorial Transmissão pertence a um dos maiores grupos do setor elétrico brasileiro, o Grupo Equatorial Energia, que atua em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, além de saneamento e telecomunicações.
Desde que entrou no setor de transmissão em 2016, o grupo vem acumulando projetos robustos. Hoje, a Equatorial Transmissão controla diversas sociedades de propósito específico (SPEs) responsáveis por operar milhares de quilômetros de linhas e subestações em diferentes estados do país. O portfólio inclui ativos conquistados em leilões da ANEEL, com concessões de 30 anos, o que reforça seu posicionamento como uma das principais transmissoras de energia do país.
Além de expandir a malha do Sistema Interligado Nacional (SIN), a empresa se destaca pela construção e modernização de subestações e por manter um Centro de Operação do Sistema (COS) próprio em Brasília.
Venda estratégica e investimento internacional
Segundo a petição enviada ao CADE, a Equatorial classifica a operação como parte de um movimento estratégico, a venda consolida um ciclo bem-sucedido de investimentos no setor e permite à empresa realocar capital para novas oportunidades e reduzir o nível de endividamento.
Já para a compradora, Infraestrutura e Energia Brasil S.A., a aquisição segue a estratégia global da CDPQ de investimentos sustentáveis e de longo prazo em infraestrutura. O interesse no mercado brasileiro de transmissão não é novo, o grupo já investe em segmentos similares ao redor do mundo e vê no Brasil um cenário promissor para expansão.
Impacto concorrencial considerado irrelevante
De acordo com a documentação apresentada ao CADE, a operação não representa riscos concorrenciais relevantes. Mesmo em uma análise conservadora — considerando o mercado de licitações públicas para concessões de transmissão — a participação de mercado resultante seria inferior a 20%, abaixo do limite de preocupação da autarquia.
Por isso, as partes solicitaram que o negócio seja aprovado sem restrições, reforçando que a movimentação representa uma reestruturação de capital mais do que uma concentração de mercado.
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