FTC intensifica ofensiva contra práticas anticompetitivas: entidade dá continuidade a nova investigação pública; além de ação judicial contra a Meta

Além de pedir abertura de uma consulta pública nacional para revisar regulamentações federais, a FTC também reafirmou sua ofensiva contra a Meta Platforms Inc., processando a gigante da tecnologia por manutenção ilegal de monopólio no setor de redes sociais
META, FTC
FTC dedica forças à investigação contra Meta por monopólio. Imagem: Pexels

Brasília, 16/04/2025

Em um movimento coordenado para fortalecer a concorrência e reduzir barreiras regulatórias anticompetitivas, a Federal Trade Commission (FTC) lançou, em 14 de abril de 2025, duas ações de grande impacto: a abertura de uma consulta pública nacional para revisar regulamentações federais que restringem a competição e a continuidade do processo judicial contra a Meta Platforms Inc. (antigo Facebook), acusado de manter ilegalmente um monopólio no setor de redes sociais pessoais.

Consulta pública da FTC: combate a regulações que limitam a livre concorrência

Atendendo à Ordem Executiva do presidente Trump, a FTC abriu um pedido de informações (RFI) convidando o público a relatar quais regulações federais estão restringindo a entrada de novos concorrentes, protegendo empresas dominantes ou reduzindo inovação e empreendedorismo.

“Regulações que reduzem a concorrência, o empreendedorismo e a inovação podem sufocar a economia americana. Precisamos eliminá-las ou modificá-las para revitalizar um mercado competitivo”, afirmou o presidente da FTC, Andrew N. Ferguson.

A iniciativa faz parte da agenda econômica da administração Trump-Vance, que busca eliminar normas que “predeterminam vencedores e perdedores econômicos” e revisar qualquer regulamentação que:

  • Crie ou facilite monopólios;
  • Imponha barreiras de entrada desnecessárias;
  • Limite a competição entre empresas;
  • Estabeleça exigências de licenciamento restritivas;
  • Dificulte processos de licitação pública;
  • Ou imponha restrições ao livre mercado.

O público – incluindo consumidores, empresas, startups, investidores e acadêmicos – tem até 27 de maio de 2025 para enviar comentários por meio do site Regulations.gov.

Imagem: Pexels

FTC x Meta Platforms: acusações de monopólio ganham força

Paralelamente à iniciativa regulatória, a FTC também reafirmou sua ofensiva contra a Meta Platforms Inc., processando a gigante da tecnologia por manutenção ilegal de monopólio no setor de redes sociais. A ação, protocolada no Tribunal Distrital de Columbia, alega que a Meta adotou uma estratégia sistemática para eliminar concorrentes, incluindo:

  • A aquisição do Instagram em 2012, um concorrente em crescimento na época;
  • A compra do WhatsApp em 2014, aplicativo de mensagens com potencial competitivo;
  • A imposição de condições restritivas a desenvolvedores de software, impedindo a interoperabilidade com outros serviços.

Com votação apertada de 3 a 2, a Comissão autorizou o pedido de injunção permanente e outras medidas compensatórias. Os comissários Noah Joshua Phillips e Christine S. Wilson votaram contra a medida. A ação se baseia no argumento de que essas aquisições e práticas foram deliberadamente planejadas para neutralizar ameaças à hegemonia do Facebook no setor, violando as leis antitruste dos EUA. O caso segue em andamento sob o número 191-0134, com novos documentos sendo atualizados periodicamente no portal oficial da FTC.

Implicações e próximos passos

O desfecho do caso FTC vs. Meta poderá definir novos parâmetros para fusões e aquisições no setor de tecnologia, enquanto o RFI poderá moldar a agenda regulatória federal pelos próximos anos. Acompanhe a cobertura completa da WebAdvocacy para mais atualizações sobre direito da concorrência, ações regulatórias e os desdobramentos da disputa entre a FTC e a Meta.

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