Brasília, 10/04/2025
A atual política comercial dos Estados Unidos voltou a ganhar os holofotes nesta semana após mais uma reviravolta protagonizada por Donald Trump. Em meio a sinais de flexibilização com a União Europeia, o ex-presidente americano anunciou uma nova escalada nas tarifas aplicadas à China, que podem atingir até 145% sobre determinados produtos. A decisão provocou reações imediatas nos mercados financeiros e reacendeu temores de uma nova guerra comercial de grandes proporções.
Trump deixa brecha para a Europa; e retaliação contra a China
Na quarta-feira (9), Trump foi contra o que analistas esperavam ao suspender temporariamente a aplicação de tarifas adicionais sobre produtos europeus, indicando abertura ao diálogo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um adiamento de 90 dias nas contrapartidas às tarifas aplicadas por Trump, afirmando que o objetivo seria “dar uma chance às negociações” e evitar o acirramento das tensões geopolíticas. No entanto, “se as negociações não forem satisfatórias, nossas contramedidas entrarão em vigor”, alertou a líder europeia em publicação oficial na rede social X.
A China, por outro lado, virou o principal alvo da nova investida comercial de Trump. De acordo com a Casa Branca, a tarifa total sobre produtos chineses agora chega a 145% em alguns casos — o maior patamar já imposto pelos EUA. A medida foi anunciada em resposta a uma sobretaxa de 84% imposta por Pequim a produtos americanos. A China classificou a ação como uma “provocação” e prometeu “lutar até o fim”, acirrando o clima de confronto.

Indústria automotiva sente os primeiros impactos
O setor automotivo tem sido um dos mais atingidos pela política tarifária de Trump. Segundo reportagem do InfoMoney, as tarifas já estão reduzindo as importações de veículos e resultando no fechamento de fábricas nos Estados Unidos. Grandes montadoras globais estão revendo planos de investimento e alertam para a possibilidade de demissões em larga escala.
A estratégia de Trump, que visa proteger a produção doméstica, tem provocado algumas distorções no setor. Com o encarecimento de peças importadas, muitas empresas relatam dificuldades para manter a competitividade. Analistas indicam que, em vez de fortalecer a indústria nacional, as tarifas podem agravar o cenário recessivo e enfraquecer ainda mais a cadeia produtiva.
Especialistas alertam para riscos globais
Economistas de diversas partes do mundo expressaram preocupação com os desdobramentos da nova escalada tarifária. Em publicação recente, a BBC demonstrou que as tarifas podem comprometer o fluxo comercial global e afetar diretamente o crescimento econômico de países interdependentes. Há também o risco de desorganização nas cadeias de suprimentos, especialmente em setores como tecnologia e energia.
Mais notícias internacionais na WebAdvocacy
Autoridade francesa multa Apple em mais de R$900 milhões
Concorrência mundial: Autoridades Antitruste atuam na Itália e no Japão
Um oferecimento:
