Brasília, 29/01/2025
A recente introdução do chatbot chinês DeepSeek abalou o setor de tecnologia, provocando uma queda de US$1 trilhão no valor de mercado das gigantes big techs norte-americanas. Desenvolvido por uma startup chinesa, o robô conversacional superou o ChatGPT em downloads nos Estados Unidos, destacando-se como uma alternativa mais econômica e eficiente.
O que torna o DeepSeek especialmente notável é sua capacidade de alcançar resultados comparáveis aos dos principais modelos de inteligência artificial americanos, mas com investimentos significativamente menores. Enquanto empresas como a OpenAI e o Google investem centenas de milhões de dólares em seus modelos, a DeepSeek afirmou ter desenvolvido seu chatbot com apenas US$6 milhões, fazendo uso de uma quantidade muito menor de recursos computacionais.
DeepSeek: uma nova corrida pela inteligência artificial
Essa eficiência gerou preocupações aos Estados Unidos sobre a possível perda de liderança no campo da inteligência artificial para a China. Analistas comparam o impacto do DeepSeek ao “momento Sputnik”, referindo-se ao satélite soviético que, em 1957, surpreendeu o mundo e disparou a corrida espacial ultrapassando os cientistas americanos.
No entanto, o rápido crescimento do DeepSeek também trouxe à tona algumas preocupações de segurança. Relatórios recentes indicam que o aplicativo coleta e armazena dados de usuários americanos em servidores na China, levantando questões semelhantes às que levaram ao bloqueio temporário do TikTok nos Estados Unidos.
Além disso, o DeepSeek tem sido criticado por autocensurar respostas relacionadas a tópicos políticos sensíveis na China, o que levanta preocupações sobre a credibilidade e imparcialidade da plataforma de inteligência artificial.
Geopolítica e o futuro da IA
Apesar das controvérsias, o sucesso do DeepSeek destaca a capacidade contínua da China de inovar no campo da IA, mesmo diante de restrições tecnológicas impostas por diversas sanções.
Vale lembrar que, há poucos dias, Donald Trump assinou uma ordem executiva que revoga políticas anteriores de IA, visando remover barreiras ao desenvolvimento da tecnologia e evitar “vieses ideológicos”. Além disso, o governo americano anunciou o projeto “Stargate”, uma iniciativa de investimento privado de US$ 500 bilhões em inteligência artificial, liderada por gigantes da tecnologia como SoftBank, OpenAI e Oracle. O objetivo é impulsionar a infraestrutura de IA no estado do Texas e manter a liderança dos EUA no setor.
Enquanto isso, a DeepSeek, desenvolvida por uma startup chinesa, conseguiu rivalizar com modelos americanos de ponta, como o ChatGPT, utilizando apenas uma fração dos recursos financeiros. Por consequência, esse avanço chinês tem provocado quedas significativas nas ações de empresas de tecnologia ocidentais e intensificado a competição no mercado global de IA.
Desse modo, a rivalidade entre Estados Unidos e China no domínio da inteligência artificial reflete uma nova “guerra fria” tecnológica, na qual ambas as nações buscam consolidar sua supremacia nesse campo estratégico. As recentes políticas de Trump e os avanços da DeepSeek ilustram a intensificação dessa disputa, com implicações significativas para o futuro da tecnologia e da economia global.
O surgimento do DeepSeek definitivamente balançou o tabuleiro do domínio americano na inteligência artificial, além de levantar questões sobre a sustentabilidade dos modelos de negócios atuais no setor. À medida que a competição global se intensifica, empresas e governos precisarão reavaliar suas estratégias para garantir tanto a liderança quanto a segurança no campo da IA.
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